quarta-feira, 6 de abril de 2016

Saudade de um barrigão

Muitos dirão que engoli uma melancia, ou mais... 😂😂
06/04/2009 - 38a semana da gravidez na aula de Ginástica para Gestante.
E já se passaram SETE anos 😱😱






Hoje quando olhei para essas fotos voltei no tempo, relembrei sentimentos, pensamentos, medos, ... Naquela época eu não fazia a menor ideia do que estava por vir. Faltava tão pouco para o Artur nascer e eu estava alheia a tanta coisa. Lembro que a professora de Ginástica para Gestantes pediu várias vezes para me fotografar e o quanto eu relutei e adiei para não tirá-las. Lembro de ter olhado o resultado destas fotos e pensado em deletar tudo. Como tantas outras que eu deletei. Até o ano passado eu não suportava olhar para essas fotos, não conseguia...
Quanta coisa mudou! Hoje senti essa vontade de compartilhar, senti saudade.
Resgatei e fiz as pazes com aquela menina de 23 anos que se calou, se fechou, se afastou. Perdoei, finalmente, aquela depressão que me acompanhou durante os nove meses de gestação (e insistiu em aparecer mais algumas vezes depois). Principalmente, me perdoei! Pelos meus erros, pelas minhas escolhas, pelo que abandonei, pelo que permiti carregar sozinha em silêncio.
Eu tinha 23 anos, uma pós graduação em conclusão, um curso de espanhol em andamento, planos de intercâmbio para a Espanha (tudo praticamente definido), amigos, liberdade, festas e bares, viagens. O sonho de encontrar o amor e construir uma família... E, de repente eu tinha meus pais recém separados, não tinha mais minha família, um namoro acabado (por decisão minha) por não existir amor e não fazer mais nenhum sentido e a descoberta da gravidez. Assim, tudo ao mesmo tempo, de uma só vez. E eu não dei conta. Não conseguia entender e/ou aceitar. E era tão louco que eu não suportava a ideia da gravidez, das transformações na minha vida e no meu corpo, mas amava aquele Serzinho que estava gerando e viajava na ideia do que seria SER mãe. Ser mãe era um sonho que eu estava prestes a realizar. E eu sempre disse que seria mãe, independente de qualquer coisa. O Universo escuta! E aí você é pega desprevenida e não sabe mais de nada.
Ah, a depressão... Ninguém fala, ninguém assume, ninguém aceita. "Isso é frescura, é preguiça,..." diziam, julgavam. Repensei mil vezes antes de escrever esse texto aqui, justamente porque a repreensão é muito grande de todos os lados. As pessoas acham que só devemos falar do lado bom, das coisas boas. E viver uma mentira? Não consigo. Enfim, a depressão existe e fica ali do lado como um parasita. Foram altos e baixos durante esses últimos anos. Foi mais uma luta que venci. Artur me salvou! Por ele eu resisti, enfrentei e segui em frente. E, durante essa caminhada, tive ajuda da minha mãe que nunca me abandonou e não mediu esforços para me ajudar a levantar e também fui acompanhada por psicóloga em dois momentos mais críticos.

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