sexta-feira, 5 de abril de 2013

Mães vivem culpadas

Sabemos que as mães vivem culpadas. Culpam-se por não se dedicarem, suficientemente, em termos de qualidade e quantidade, aos filhos. Não se concentram no trabalho porque estão com a cabeça em casa. E, ainda, têm que ser boas profissionais, mulheres, lindas, perfeitas, exemplo. Culpam-se porque querem ser sempre melhores, porque acreditam que tudo que estão fazendo não é o suficiente para os filhos.

Ser exemplo de mãe, mulher e profissional! Sonho e busca constante de muitas mulheres. E que carga pesada, que tarefa árdua e constante. Não é permitido abrir mão de um pelo outro. A sociedade não permite e, as próprias mulheres não se permitem. Algumas "abrem mão" de cuidar dos filhos, repassam a tarefa para a vó, para a babá, para a escola. Muitas vezes não existem escolhas. 

O que mais aprendi na maternidade é que ser mãe é eternamente depender dos outros. É ter que pedir ajuda, pedir socorro. E como isso é difícil! Principalmente para mim, que nunca gostei de depender de ninguém, de pedir ajuda, de dizer que preciso. E me sinto culpada se peço ajuda ou dependo de alguém, afinal, o filho é meu e eu tenho que dar conta disso sozinha. E, me sinto culpada caso não peça ajuda para ninguém. Porque, em algum momento, posso estar prejudicando meu filho e estar sendo egoísta. 

Ser mãe é se sentir culpada por não querer acordar de madrugada quando o filho chora. É se sentir culpada por ter sono, cansaço e/ou preguiça. 

Culpam-se por não saberem se estão fazendo as escolhas certas.

Entrar numa loja e comprar uma blusa para você, se presentear. E se sentir culpada... Porque tinha que comprar uma blusa para o filho. 

Difícil! Mas o melhor mesmo é, em alguns momentos esquecer ideais, esquecer a culpa e fazer as escolhas que achar certas naquele momento. Impossível acertar sempre. Impossível ser perfeita em tudo. Em algum momento, alguma coisa não vai ser perfeita. Alguma coisa vai ter um pouco menos de atenção. Mas... o que é realmente importante para você? O que te realiza? O que te faz mais feliz? 

Hoje, o que é mais importante pra mim é o meu filho. É acompanhar a infância dele, é estar perto, é brincar muito, ajudar nas tarefas de casa, conversar, levar e buscar na escola, ver o desenvolvimento da fala, dos movimentos, vê-lo descobrindo as letras e admirar o brilho no olhar, o encanto e a felicidade. Isso me dá vida! E me faz ver sentido em tudo. 

Não posso abrir mão de trabalhar. Mas posso não me enfiar no trabalho 14 horas por dia. Posso fazer cursos online, no momento que ele está dormindo. Ou, que já comeu e está de banho tomado, pronto para dormir. São escolhas... Certas? Erradas? Não faço ideia. 

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