terça-feira, 10 de novembro de 2015

Artur foi parar na coordenação da escola

      Hoje a coordenadora da escola me ligou. Tinha acabado de sair da terceira reunião do dia. E ainda tinha que almoçar e correr para um treinamento que levaria a tarde inteira. Congelei! Enquanto ela ia falando do lado de lá, eu pensava em mil coisas: caiu, quebrou, adoeceu, bateu a cabeça, ... Acho que tinha mais de três anos que eu não recebia uma ligação da escola. 
     Enfim, o motivo da ligação foi que o Artur foi retirado de sala e encaminhado para a coordenação porque brigou com um amiguinho. Estavam brincando de guerra de almofada e ele, sem querer, machucou o amiguinho. O amiguinho bateu nele e ele bateu no amiguinho. Os outros amiguinhos chegaram para tomar partido e virou uma confusão na sala. Foram todos para a coordenação.

     Segundo a coordenadora, eles conversaram, pediram desculpas e ficaram bem. Mas disse que o Artur chorou muito. Na hora, eu quis sair correndo e ir lá na escola ver como ele estava. Mas, respirei fundo e decidi que conversaria com ele somente quando eu fosse buscá-lo. E iria esperar ele me contar o que aconteceu. Se eu fosse pela emoção, Artur iria me ver e voltar a chorar, pedir para eu conversar com o amigo e com o pai do amigo... A coordenadora me garantiu que estavam todos bem, e eu ainda tinha uma longa tarde pela frente.
     Artur não é de brigar, muito menos de bater. Ele normalmente fica emburrado. Já tinha algumas vezes que ele vinha contando que um amiguinho bateu, que o outro arranhou, que o outro mordeu, que pularam nas costas dele, que empurraram ele. E sempre dizia que ele só contava para a professora e não fazia nada. Ontem ele chegou com a batata da perna com a marca das unhas de um amigo e eu chamei a atenção dele. Falei que ele tinha que se defender, ou sair de perto, ficar longe de quem está batendo, não pode ficar apanhando e fingir que está tudo bem, senão os amiguinhos vão continuar batendo. E hoje ele reagiu e se defendeu. Sentimento de culpa! Talvez eu não deveria ter falado assim. 
     Chegou a hora da versão do Artur. Foi a primeira coisa que ele falou quando meu viu. "Mãe! Te ligaram da escola? O que falaram? É que..." E saiu contando tudo, emendando as palavras, contando todos os detalhes. "A culpa não foi minha, mãe. Eles que gostam sempre de bater e eu vou ficar longe deles. Porque meu coração é bom, eu não gosto disso". E continuou... "Sabe, a tia falou que eu chorei? É que eu fiquei muito triste. Eles são meus amigos, tava doendo aqui (pegou no peito/coração)". Abracei e beijei muito! Assim ele mata a mãe do coração, isso sim. Expliquei que não era legal brigar, que tinha que tomar cuidado com as brincadeiras, porque pode machucar e saiu todo mundo machucado. E que o melhor a fazer é que quando ele visse que ia ter briga, sair de perto, porque ele gosta muito dos amiguinhos e não é legal brigar com quem a gente gosta. 

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