quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Primeiros momentos


Tenho um filho! E agora?
É... ele não veio com Manual de Instrução e na escola da vida ainda não me ensinaram a Ser Mãe.
Foram três dias no hospital... ele acordava a noite inteira e adorava dormir durante o dia... Eu recebia visitas durante o dia (que eu AMEI) e não dormia... 
Nesses dias minha prima Camila me ajudava e a noite era a vez da minha mãe. Eu praticamente só amamentava (não conseguia levantar devido a dor dos cortes), quem colocava pra arrotar, trocava a fralda e todo o resto eram elas. 
No dia que ia receber alta do hospital, já acordei me arrumando pra ir embora, não via a hora de chegar em casa. O que aconteceu somente às 15h.
Ao chegar em casa, quis ficar logo no meu quarto (2° piso), então eram 10 dias sem poder descer as escadas. Me senti presa!
É... os pontos da cesárea não me permitiam escadas, movimentos bruscos, levantar da cama sozinha, sentar ou ir ao banheiro sem apoio ou ajuda, tomar banho sozinha, enfim.
Eu já disse que não gosto da idéia de depender de alguém? Pois é... fiquei dependente por completo. Mas eu não permitia... em menos de 10 dias, mesmo com dor, a única coisa que não fiz foi descer as escadas.
Aliás desci no 9° dia, pra levar o Artur pra tomar as primeiras vacinas, que devem ser dadas durante os primeiros 15 dias, mas depois me falaram que o ideal é dar no mesmo dia que tem alta do hospital. 
Ah... já ia esquecendo. O Artur nasceu com 3.170kg e 48cm, diferente do que dizia na ecografia, lá constava que ele nasceria com 52cm e 3.500kg. 
O Teste do Pezinho foi no 5° dia, a clínica foi em casa fazer aquela tortura. rs E eu fiquei segurando bem forte, para não atrapalhar o exame... Ou seja, sem registro fotográfico. rs
A primeira consulta com o pediatra... só com 20 dias. Não lembrei (e nem sabia) que eu poderia ter agendado/marcado durante a gravidez... Quando fui marcar, no 5° dia, a consulta mais próxima que consegui foi essa. E agora, mais uma dúvida, quem seria o médico que cuidaria do bem mais precioso que eu tinha... Fui em dois, e dei preferência a continuar com uma pediatra homeopata. 
O umbigo pra fora, me dava uma agonia. Eu morria de medo de limpar, encostar, achava que ia doer. Contei os dias para que ele caisse. (risos) E ele caiu com 13 dias, era um domingo, eu estava trocando a fralda e de repente soltou. Mais um susto! 
A unha... nunca vi crescer tão rápido. Até porque é uma dificuldade cortar. Aquelas mãozinhas insistiam em não parar um minuto. Eu esperava ele dormir e então começava a cortar, com o maior cuidado, com medo de machucá-lo. As luvinhas para evitar que ele levasse a mão na boca e para que a unha não machucasse.
Ah... durante os dias que eu não podia descer as escadas... teve festa, comemoração, muita gente em casa e eu lá... só passando vontade.
Com 11 dias, já sai para passear com ele. Não queria ficar presa em casa. Eu precisava respirar novos ares e levava o Artur comigo. (claro que também tem aquela vontade de mostrar a cria pro mundo)
Amamentar... Não foi nada fácil me acostumar a essa rotina de amamentação. Consome muuuuuuuito! Eu me alimentava de 2 em 2 horas e bebia água constantemente para conseguir aguentar. Como preparei o seio durante a gravidez, não tive muitos problemas. Mas, em um belo dia, recebendo a visita da minha cunhada e da família dela, fui dar mamar e eis que ele me machuca, deixa meu seio sangrando. Eu não sabia o que fazer na hora, a dor é insuportável. E a primeira reação foi tirar correndo ele do peito e levantar. Pronto, estava com dor no seio e nos pontos. rs Não foi uma boa ideia... As meninas ficaram super assustadas. Passei Bepantol (aquela pomada pra tatuagem) e não dei mais aquele peito durante aquele dia. E, duas vezes ao dia, eu sempre passava um óleo para que isso não acontecesse.
Em pouco tempo, eu já sabia exatamente o significado da palavra AMOR. E não conseguia mais imaginar como foi e nem como seria minha vida sem ele.
Diversas coisas que antes eu não fazia nem ideia do que era, agora tinham significado e importância.
As pesquisas no Google mudaram completamente de característica. Os sites de notícia agora eram lidos depois dos sites de Bebês. Toda semana eu recebia no meu e-mail informações sobre o desenvolvimento do Artur.
Agora, muitas coisas que antes eu achava importantes não tinham mais tanta relevância. Não conseguia me imaginar fazendo outra coisa que não fosse acompanhar cada movimento do meu príncipe. Fotografar cada detalhe, cada movimento, cada posição, cada expressão, cada respiração. 
E, quando o Artur completou 1 mês, fiz uma festa com direito a bolo, brigadeiro e beijinho para reunir a família e comemorar a felicidade, amor, a vida que ele me trouxe. Foi um mês de adaptação... eu entrei em um novo mundo, conheci um novo universo. E estou AMANDO!

Um comentário:

  1. Psicoterapia Pré-Natal

    - “Estou grávida! E agora? O que eu faço? Será que estou pronta para ter um bebê? São tantas mudanças? Meu corpo está diferente... preciso me cuidar! Tenho que ir ao obstetra. Tenho que me alimentar direito. Vou à nutricionista. Vou fazer hidroginástica, ou quem sabe, yoga para gestantes... Tenho que comprar roupas adequadas a minha barriga... Tenho que fazer o enxoval. Preparar o quartinho do neném. São tantas coisas... O que fazer?”

    Numa mistura de alegria e preocupação, a mulher, que recebeu seu exame positivo para gravidez, desejosa ou surpreendida pela mesma, vai se imaginando diante das mudanças que estão por vir, dos planos que precisam ser refeitos, do corpo que se transforma dia a dia, dos afetos e humores que flutuam no mar de distintas e até contrárias emoções. É nesse mar que a psicoterapia alcança uma particularidade: o cuidado da psique de uma grávida, a Psicoterapia Pré-Natal.

    Há quatro anos acompanhando semanalmente mulheres durante suas gestações, pude constatar que a psicoterapia adentra principalmente três esferas de suas vidas:

    1) Quando uma criança nasce, nasce também uma mãe.
    A mulher que era a filha será a mãe! E o que essa mulher conhece do mundo das mães? Quem foi e quem é a sua mãe? Quem verdadeiramente exerceu a função de mãe dessa mulher? O que foi real, imaginário e internalizado do ser mãe? Como é e como será a relação com a sua mãe, agora avó? O que gostará de repetir ou detestará fazê-lo?

    2) Há um terceiro chegando em casa.
    O dois, o casal, terá que abrir espaço para mais um. Como ficará o relacionamento conjugal? A relação sexual mudará? Quais os antigos e os novos papéis da mulher, enquanto mulher e enquanto mãe? E do homem, enquanto companheiro e enquanto pai? E se a gravidez foi tão inusitada que ainda nem existe o número dois? Será a hora de se comprometer, de formalizar a relação? Ou é melhor aprender a serem mãe e pai separados?

    3) Profissão Atual? Mãe.
    Qual o trabalho que se realiza hoje profissionalmente? Há Prazer? Como conciliar a maternidade e a profissão? Quantidade versus Qualidade de disponibilidade para vida pessoal e para vida profissional. Qual o tamanho da necessidade de ser produtiva? E gestar uma criança, não é maior produção da humanidade? Como as mudanças da gravidez atingem à carreira? Como controlar as mudanças? Elas são passíveis de controle? O que se pode, o que se deve e o que não se quer mudar no trabalho?

    Essas são algumas perguntas trabalhadas em consultório, que estão longe de serem respondidas como a um questionário fechado e racionalizado, pois cada pergunta contém em si uma gama de sentimentos, valores e crenças banhados pela história de vida de cada gestante. E apesar de muitas mulheres responderem-nas ao decorrer da gestação, no turbilhão das tentativas, dos acertos e dos “erros”, fazem-no, muitas vezes, a preços altos e resultados desajustados. Assim, a proposta da Psicoterapia Pré-Natal é fazer do consultório um simbólico útero para desenvolvimento do ser gestante, que está com o seu próprio útero repleto de vida em desenvolvimento.


    Fernanda Barros de Matos
    Psicóloga Clínica
    61 -8115-1502
    http://psicoterapiaepoesia.blogspot.com

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